11 abril 2013

"Canto-te"

Não quero dizer,
Nem ouvir,

Prefiro manter as minhas certezas!

Não quero perder horas conversando,
Ouvindo,
Cantando.

Não se bate em uma mulher
Nem com uma flor?

As carícias,
Delas cheiros,
Resplendor.

Justa,

É a forma,
De uma justiça sem temor!

Quero ganhar horas conversando,
Ouvindo,
Cantando.

Tocando, sentindo.

Por horas e mais horas.
Dias e mais dias.
Sorrisos e mais sorrisos!

Dou-te o meu mais belo
E sincero,

Dou-te meu amor.

07 abril 2013

Cláusula

Era escuro e frio, sua cabeça doía. Na manhã seguinte Wágner banalizava a situação, mas sentia provável merecimento do ocorrido. Em resumo, quatro doses de cachaça, meia-dúzia de cervejas, diálogo como se conhecessem Rebeca, a moça com quem foi se encontrar naquele dia no bar do Mendes. Wágner foi quem introduziu o assunto de talvez estar apaixonado, mas que certamente, ela merecia alguém melhor do que ele; que tinha conhecido uma amiga dela naquela noite, que tinha o mesmo nome de Rebeca. Eram três caras que falavam de Rebeca abertamente, com despudor, desrespeito, com "tiradinhas" a seu respeito. Wágner pede para que parem com a falácia, eles continuam. Wágner então os manda parar. Vê então que eles se espalham a seu redor, mas talvez pelo álcool ingerido, não sente medo, sente raiva, falta de respeito com Rebeca, respira fundo. Agora não teria outra saída, apanha e bate sem pestanejar. Eram os três e ele, dá dois ou três socos, se defende, toma um soco forte, dá outro no mesmo cara, e aí, que um dos caras junta um galho grande em meio àquela situação e pega Wágner de costas, batendo duas vezes, uma nas costas, outra em seu pescoço. Sangue, desvia de leve, e tenta uma forma de reação, toma mais um soco e cai. Um deles vem para cima de Wágner, os outros dois ainda têm talvez uma dose de culpa, mas aquele não, ele irá continuar, Wágner caído lhe faz perder a cabeça, quando aparentemente sem forças, o aponta o dedo e diz:

- Não fale dela nunca mais!

Esse vai então contra Wágner ainda caído, batendo na cabeça, depois o chuta. Os três comemoram, juntam-se a suas companheiras que estavam observando tudo aquilo.
Um homem o ajuda a se levantar, sangue por todos os lados, o coloca no táxi, Wágner sorri como forma de agradecimento, não lembra do porque estava deitado, nem o porquê de tanto sangue a uma quadra de distancia do bar. Chega em casa, sem preocupação, paga o táxi, fuma um cigarro, cumprimenta o porteiro e vai para o seu respectivo andar. Abre a porta, tira as calças, a camisa ensanguentada, os tênis, lava o rosto, escova os dentes muito doloridos; sorri por coisas que talvez não possam ser explicadas, mas sorri... 
E dorme.